terça-feira, 27 de maio de 2008

Solidão.



A solidão está doente, fraca e com as pernas tremendo. E compreendo que agora cabe ao amor fazer às vezes. pode ser que o amor e a solidão tenham pouco em comum, que tenham brigas desastrosas, atitudes estranhas e muito medo um do outro. A solidão é destinada a ficar só, mas o amor não deixa. O amor faz planos, e a solidão - fragilizada - dá as mãos pros sonhos e se deixa levar.

Acontece que a solidão já é acostumada a viver só, mas o amor não. E nesse tempo em que a solidão esteve exibindo suas fragilidades, o amor demonstrou um perigoso e desastrado apego. A solidão pode aceitar o amor, o amor não pode com a solidão. A solidão não é a melhor opção para o amor, mas no momento foi o que restou.
Entenda, amor, a solidão logo ficará sã e não precisará mais dos teus cuidados. A solidão foi feita pra ficar só, o amor não. Aproveite que a solidão se apresenta de forma tão apaziguadora e desarmada e segure forte sua mão. Caso contrário, te fará companhia o fracasso.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

E o vento levou.


Passei um bom tempo dos meus últimos dias tentando definir, em uma palavra, o momento que estou vivendo. Pensei, pensei e não cheguei a nenhuma conclusão satisfatória. Mas, analisando os dias melancólicos, a palavra “repentino” pode entrar em pauta. Significados? “súbito”, “brusco”, “inesperado”. É, isso mesmo. Momentos e sentimentos com imenso valor perderam o seu significado depois que o vento passou por aqui e levou-os todos de uma só vez. Esse vento que veio não sei de onde e não sei porquê, mas levou os dias mais felizes da minha vida. Levou embora, como as folhas de outono, o colorido do meu despertar, a ansiedade do fim do dia e o sorriso que já morava por aqui. O mesmo vento levou de mim as palavras doces, o abraço quente, o sono acompanhado, as cócegas, o colo, o olhar apaixonado e um monte de planos, talvez, sinceros. Levou de mim o amor. E aqui fiquei eu com palavras frias, sem abraço, sem companhia na hora de dormir, sem planos, sem sonhos. sobrou eu e mais ninguém. de mãos atadas e pagando pelo que eu não fiz. Sentindo um aperto de dor, saudade e dúvida. A dúvida? Que vento foi esse que bagunçou toda a minha vida e não me explicou o porquê? De que direção ele veio que eu não consegui prever e impedir? Eu com certeza teria me doado mais para fazer o último mês ensolarado. Eu quero ter a chance de buscar o sol, independente de onde ele foi parar.