terça-feira, 28 de outubro de 2008

Arrumando as malas.

Estou fechando as malas e indo embora. E você vai ficar aí querendo ter dito o que não disse, querendo ter dado mais um abraço, querendo olhar nos olhos mais uma vez, querendo rir e ouvir aquele velho riso. Aquele que não é mais seu. Aquele que não sorri mais para você. Mas eu já estarei distante. E você? Arrependido. E tem mais, aposto que depois que eu virar as costas, você vai ficar apenas olhando, agarrado ao medo e as suas deduções errôneas. Sabe? Dá tempo ainda, mas tem que ser agora, já. Porque imaginar que eu vou ficar ali sentada pra sempre, é estupidez. Aquela sua velha estupidez.

Eu não vou esquecer nossas promessas, mas não vou poder ficar.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Não pensa que eu fui por não te amar.

Adeus, você. Mais uma despedida imaginária, mais uma previsão de domingos solitários. A maior distância, o sonho impalpável. Adeus não combina com amor, com saudades, com esperanças. E é por isso que eu me despeço de novo - e pela última vez. Mesmo que eu sempre tente e nunca consiga, mesmo que eu não deva. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim.

Só não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Guarde-me na memória, mais do que nas fotos.


"Se agüenta que eu vou pro meu lugar."

"Pra que minha vida siga adiante."

domingo, 19 de outubro de 2008

Sentir é queimar.

Ah, passa devagar os dedos no meu cabelo. Chega de passar, fica dessa vez. Encosta o rosto no meu. É teu. Fica, temos tempo. Faz tanto tempo. Deixa a chuva cair e o vidro embaçar. Encaixa o corpo no meu abraço. Deita a cabeça no meu colo. Cola. Espera mais um pouco. Já esperamos tanto. Deixa o dia dormir. Deixa as horas para lá. Vem. Vamos. Já sentimos isso antes. Abra a mão e fecha os olhos. Sentiu? Eu também. Toca meu coração com a mão quente. Espanta o inverno que insiste em esfriar. Quebra o gelo. Traz fogo. Vai arder?

Quero queimar.